Delphi-2M: a inteligência artificial que quer prever doenças antes que elas apareçam
- Rochele de Matos

- 15 de nov.
- 2 min de leitura
Você já imaginou ir ao médico e, em vez de descobrir uma doença, receber um alerta com anos de antecedência sobre algo que pode acontecer no seu futuro de saúde?
Pois é exatamente isso que um novo modelo de inteligência artificial promete fazer. Ele se chama Delphi-2M e foi criado por pesquisadores do European Molecular Biology Laboratory, do DKFZ Heidelberg e da Universidade de Copenhague, com base em um enorme conjunto de dados de saúde de 400 mil pessoas do Reino Unido e 1,9 milhão de registros médicos da Dinamarca.
O que ele faz
O Delphi-2M usa inteligência artificial para analisar o histórico de cada pessoa — exames, diagnósticos, hábitos, idades, tratamentos — e prever a probabilidade de desenvolver mais de 1.200 doenças nas próximas duas décadas.
Doenças como câncer, diabetes e Alzheimer fazem parte das análises. Em vez de prever a “próxima palavra”, como faz o ChatGPT, esse modelo tenta prever o próximo passo da sua trajetória de saúde.
É como se fosse uma ferramenta que observa o que aconteceu com milhões de pessoas, encontra padrões e diz: “Se alguém teve esse mesmo histórico, há chances de que o próximo passo seja esse”.
Por que isso importa
Esse tipo de tecnologia pode mudar completamente o jeito que cuidamos da saúde. Ela não serve para diagnosticar o que você tem hoje, mas para mostrar o que você pode ter amanhã — e ajudar médicos a agir antes que a doença apareça.
Com isso, a medicina pode se tornar muito mais preventiva do que reativa. Imagine poder mudar hábitos, fazer exames ou iniciar acompanhamentos personalizados com base em dados reais e previsões confiáveis.
Mas nem tudo é simples assim
Claro, ainda há desafios:
Os dados usados vêm de populações específicas (Reino Unido e Dinamarca), e os resultados podem mudar em outros países.
A IA indica probabilidades, não certezas — um risco alto não significa que algo vá acontecer.
Há também questões éticas sobre privacidade, acesso aos dados e impacto emocional de saber o que pode acontecer com você no futuro.
Mesmo assim, a ideia abre um caminho poderoso: usar a tecnologia não apenas para tratar doenças, mas para antecipá-las e preveni-las.
E você?
Você confiaria em um diagnóstico antecipado feito por uma inteligência artificial? Ou prefere descobrir as coisas apenas quando elas acontecem?
Esse é o tipo de discussão que mostra como o futuro da medicina está mais perto do que imaginamos — e que a tecnologia, quando usada com responsabilidade, pode ser uma grande aliada da vida.
Fontes: Policy Navigator - Forum Spaces - Uma ferramenta de IA está tentando prever seu risco de contrair muitas doenças com anos de antecedência - veja como funciona e An AI tool is trying to predict your risk of getting many diseases years in advance – here’s how it works
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